2010/11/18

Informações sobre Leucodistrofia Metacromatica

Leucodistrofia Metacromática (LDM)
Mais informações sobre a LEUCODISTROFIA METACROMÁTICA (LDM):

A LDM é uma doença hereditária, autossômica recessiva que pertence ao grupo das Doenças Lisossômicas, que por sua vez pertence aos Erros Inatos de Metabolismo.

É causada pela ausência ou baixa atividade da enzima arilsulfatase A, responsável, pela degradação de lipídios específicos, os lipídios sulfatados. A não degradação desses lipídios, leva a um acúmulo excessivo de sulfatídios, comprometendo progressivamente a substância branca do sistema nervoso central e os nervos periféricos.

Os primeiros registros de LDM, se devem a Alzheimer (1910), que ao pesquisar a Doença de Alzheimer, observou sintomas semelhantes em crianças, caracterizando esses casos como “demência infantil”.

Scholz (1925), agrupou as demências de acordo com a idade de aparecimento dos sintomas. Em 1933, Greenfield descreveu uma série de casos e colocou a LDM entre as doenças degenerativas desmielinizantes.

Hirch & Peiffer (1955), foram os primeiros a visualizar grânulos metacromáticos em cadáveres de crianças com a clínica da LDM. E Austin (1963), demonstrou o acúmulo de sulfatídios a mencionou pela primeira vez a ausência ou baixa atividade da enzima arilsulfatase A.

Em 1975, foram caracterizadas clinicamente as três formas da doença, de acordo com a idade de aparecimento dos sintomas. Stein (1989), localizou o gene responsável pela codificação da enzima, permitindo detectar as mutações que resultam na deficiência enzimática. O gene da arilsulfatase A se encontra no braço longo do cromossomo 22 (posição 22q13-31), tendo sido identificadas várias mutações relacionadas com diferentes evoluções clínicas da LDM.

O início dos sintomas pode ocorrer em qualquer fase da vida, de acordo com a forma clínica, sendo a mais freqüente, a forma infantil tardia que se manifesta em torno de dois anos de idade. O quadro segue com deterioração progressiva das funções motoras e cognitivas.

As primeiras manifestações incluem instabilidade na marcha, hipotonia ou fraqueza, lembrando doenças musculares ou de nervos periféricos. Evolui com perda progressiva da força muscular, linguagem, deglutição, audição e visão. O óbito ocorre de 2 a 8 anos após o início dos sintomas.

Segundo a literatura, a LDM apresenta uma incidência de 1:40.000 nascidos vivos. No Brasil não se tem um levantamento, e vários fatores contribuem para que o diagnóstico da LDM e de outras doenças metabólicas venha sendo feito de forma insatisfatória.

O diagnóstico é suspeitado inicialmente a partir do quadro clínico (involução, com perda de a capacidades motoras, intelectuais e cognitivas adquiridas), da ressonância magnética indicando áreas disseminadas de desmielinização e da eletroneuromiografia (que mostra uma velocidade de condução nervosa diminuída, confirmando a neuropatia periférica). Observa-se também uma hiperproteinorraquia no exame do líquido cefalorraquidiano. Estes exames não são específicos da LDM, cujo diagnóstico tem que ser confirmado pela dosagem da enzima arilsulfatase A em leucócitos obtidos do sangue periférico. Sempre que possível, a presença de sulfatídios em excesso na urina também deve ser confirmada. Como o achado de uma atividade baixa de arilsulfatase A nem sempre leva ao diagnóstico de LDM (pois existe uma situação chamada “pseudodeficiência”), e como existem raros casos de LDM sem deficiência de arilsulfatase A (causados por deficiência de cofator), é recomendável que a investigação diagnóstica seja feita num centro especializado, que poderá também realizar a detecção de portadores, passo importante para as orientações que devem ser prestadas às famílias.

O diagnóstico pré-natal é possível (através da pesquisa da atividade enzimática ou das mutações em vilosidades coriônicas ou células do líquido amniótico), uma vez que ainda não há tratamento para a doença. Têm sido tentados tratamentos com transplante de medula óssea ou células tronco em casos iniciais, sem sinais neurológicos. Não há tratamento de reposição enzimática como ocorre em outras doenças lisossômicas (Gaucher, Fabry e MPS I).

Assim sendo, quando diagnosticado um caso de LDM, é de fundamental importância o aconselhamento genético para os familiares, tentando assim prevenir novos casos na família.

3 comentários:

  1. È possivel alguem que jÁ TEVE UM FILHO COM A DOENÇA,CORRER O RISCO DE TER OUTRO FILHO COM A MESMA DOENÇA?

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  2. Gostaria de informações sobre a Clínica San Felipe em Lima/Peru, fiquei sabendo que lá existe tratamento para esta doença.
    Grata,
    Silvana/MG

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  3. Silvana

    Entrei em contato com eles no Peru e no escitório central deles nos E.u.a,a tentaiva de tratamento é empirica e sem comprovações cientificas.
    Minha sugestão é que voç~e faça contato direto e tenha sua impressão a respeito.

    abs

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